JOSÉ ALVES FILHO, biografia
Personalidade Espírita do Ceará
JOSÉ ALVES FILHO, 20 ANOS DE DESENCARNE
(Nascimento em Caio Prado-CE,
02.02.1920 e desencarne em Fortaleza-CE, 26.10.1995).
José Alves Filho nasceu no dia 02 de fevereiro de 1920, no
distrito de Caio Prado[1], em Itapiúna, município
cearense. Filho de José Alves Pereira e Maria Alves Pereira casou-se no dia 23
de novembro de 1940, com Maria Alice Alves de cujo matrimônio nasceu José Alves
Neto.
Município de Itapiúna no Ceará
Antiga estação ferroviária de Caio Prado (1890)
Com um ano de
idade, José Alves veio com seus pais residir em Fortaleza. Aqui chegando, foram
morar no bairro do Coqueirinho, hoje Parquelândia.
Ainda jovem
dedicou-se à profissão de pedreiro, onde experimentou todas as dificuldades
inerentes à profissão.
Aos 21 anos,
por intermédio de um amigo, conseguiu um emprego na Ceará Light, como pedreiro,
e, passado algum tempo, foi promovido a eletricista, depois nomeado inspetor de
ligação, cargo no qual foi aposentado aos 35 anos de serviço, sem uma falta.
Fortaleza antiga. No
dia 9/10/1913, a companhia britânica (sediada em Londres), Ceará Tramway, Light
& Power Co., inaugurou a primeira linha de bondes elétricos da capital
cearense.
Muito jovem,
participou do protestantismo, chegando a ser diácono. Com o passar do tempo se
foi decepcionando com a religião que professava, a ponto de abandoná-la.
Sua conversão
ao Espiritismo, ocorreu no ano de 1943, quando começou a frequentar o Centro
Espírita Jesus Nosso Mestre, localizado à rua Cambirimbas[2],
no bairro de Otávio Bonfim[3]
, à época dirigido por José Feliciano da Silva.
José Feliciano da Silva
Em 1946, ao
lado de vários companheiros, em ritmo de trabalho de mutirão, construíram a
nova sede do referido Centro Espírita, sendo eleito presidente do mesmo. No
mesmo ano, ao lado de Francisco Barbosa Serra, fundaram a Juventude Missionária
de Jesus.
Em 1948,
juntamente com Manoel Araújo e outros, fundou o Centro Espírita Antônio Justa[4],
localizado na Rua Larga[5]
no bairro Otávio Bonfim.
No ano de 1949,
com José Borges dos Santos, José Elias Correia e Antônio Izaías de Jesus,
fundaram o programa radiofônico “O Momento Espírita” que era levado ao ar, duas
vezes por semana, pela rede de alto-falantes, “A Voz da Liberdade”, cujo
estúdio estava instalado na sede da “Sociedade Beneficente 15 de Novembro”, a
qual ficava localizada na praça Farias Brito, no Otávio Bonfim (atualmente a praça continua com o mesmo nome), em frente à Igreja Nossa Senhora das Dores e
cuja audiência era ouvida nos bairros adjacentes.
Praça Farias Brito
Sua programação
constava de noticiário do movimento espírita estadual, nacional e
internacional; entrevistas com lideranças espíritas da época e comentários
evangélicos. Este programa teve vida efêmera, a pressão religiosa contrária foi
tão forte que foi obrigado a sair do ar.
Em 1951
participou da Mocidade Espírita Cearense, chegando a ser seu presidente,
realizando um notável trabalho em prol da evangelização das crianças.
Foi um
legionário da Campanha do Quilo, que saía às ruas de Fortaleza, com uma sacola,
pedindo de casa em casa, um quilo de alimento, em prol das Instituições “Nosso
Lar Casa das Crianças” e “Casa de Saúde Antônio de Pádua”.
José Alves, o primeiro a direita, na Campanha do Quilo destinado as sacolas de alimentos para os idosos carentes.
José Alves a direita
Foi um dos
participantes das Confraternizações de Mocidades Espíritas do Norte e Nordeste
do Brasil, realizadas em 1955, em Fortaleza e 1958, em Teresina (PI).
Da esquerda: Orlando Borges, Blun, Francisco Carlos (sentado), Raimundo Nascimento (atrás) e José Alves a direita
José Alves a esquerda, Raimundo Nonato, Orlando Borges, Veleida Bezerra, Djanira Domingos e Blhum
Fez-se presente
em vários congressos espíritas realizados no Estado da Bahia.
Em abril de
1957, tomou parte ativa nas comemorações do 1° Centenário de lançamento de “O
Livro dos Espíritos”.
Foi um
participante forte na Caravana da Fraternidade, atuando ao lado de grandes
lideranças nordestinas entre eles Ismael Ramos das Neves (RN), José Teixeira
(PB), Luiz Honorato (PE), Manoel Coelho Neto (AL) e José Mesquita (SE). Esta
caravana encetou em todas as capitais que visitou, apreciável divulgação dos
ideais espíritas, promovendo feiras de livros espíritas, palestras evangélicas
e programas culturais.
Participou
ativamente das semanas espíritas. Era uma voz forte e firme, orador abalizado,
profundo conhecedor da Bíblia e sabia argumentar com clareza as lições da mesma
à luz da Doutrina Espírita.
Fez parte de
várias diretorias de Centros Espíritas, dentre os quais: “Aurora Redentora”,
“Allan Kardec”, “Fé, Esperança e Caridade”, “Joana D’Arc”, “Antônio Justa”,
“Paulo Apóstolo” e outros.
Seu ingresso
nos quadros sociais da União Espírita Cearense, ocorreu no ano de 1952. Foi uma
pessoa de absoluta fidelidade, que soube honrar a todos os cargos na referida
sociedade. Presidente do seu Conselho Fiscal, Presidente do Conselho Superior,
2° Tesoureiro, Vice-presidente do Conselho Federativo Estadual representando-o
em vários eventos, tanto do Estado, como em outras Unidades Federativas do
Brasil.
José Alves na 3ª Zonal da Federação Espírita Brasileira em Fortaleza em 1975
José Alves, o primeiro a direita, durante o 9° Encontro de Jovens do Ceará em 1977 na sede do Grupo Espírita Auxiliadores dos Pobres - GEAP
José Alves, Prof. José Jorge e Emerson no 2° Encontro Espírita do Cariri em 1981
José Alves e Francisco Carlos são homenageados no GEAP no ano de 1992 pelos relevantes serviços prestados ao Movimento Espírita Cearense.
Público presente a homenagem
José Alves e Francisco Carlos são homenageados no GEAP no ano de 1992 pelos relevantes serviços prestados ao Movimento Espírita Cearense.
Público presente a homenagem
Sua
desencarnação ocorreu no dia 26 de outubro de 1995, às 20 horas, no Hospital da
Polícia Militar do Ceará. O sepultamento de seu corpo aconteceu na manhã do dia
seguinte, no cemitério São João Batista. Um grande número de pessoas compareceu
ao velório, entre elas, familiares, espíritas e amigos. Na ocasião fizeram uso
da palavra, vários companheiros do movimento espírita, relembrando as lutas
redentoras, que a seu lado participaram. Em seguida foram entoadas canções
espiritualistas e preces por todos os presentes.
José Alves caracterizou-se pela fé viva aos
ideais em que tinha inabalável convicção, tornando-se um grande timoneiro do
movimento espírita cearense do século XX.
Homenagem ao "O Livro dos Espíritos"
VÍDEOS COM JOSÉ ALVES FILHO
No dia 22 de setembro no Centro Espírita Allan Kardec é realizada uma solenidade em homenagem aos 7 anos de desencarne de José Borges dos Santos (1891-1979), ilustre vulto da História do Espiritismo Cearense. Participação de José Alves Filho.
Homenagem ao "O Livro dos Espíritos"
Quando a sombra da descrença
Espalhava a escuridão
E a dor profunda e imensa
Torturava os corações!
Das mansões do infinito
De Jesus de Nazaré,
Veio a luz de um novo dia,
Restaurar a nossa fé!
Foi Kardec o Mensageiro
Da luz do Consolador,
Que desbravou ao mundo inteiro
As mensagens do Senhor!
Salve “O Livro dos Espíritos”
Chave de Luz e Verdade,
Que abriu as portas do
infinito,
Pra salvar a humanidade!
(Versos de Pedro de Castro e Ismael Ramos das Neves em homenagem ao Centenário de O Livro dos Espíritos adaptado neste vídeo por José Alves Filho)http://www.acervoespirita.com.br/musicas.php?musica_id=1252&cifra=N
José Alves no 17° de Jovens Espíritas do Estado do Ceará ocorrido no dia 14 e 15 de fevereiro de 1987 na cidade do Crato
Os Poemas que José Alves mais recitava
SER ESPÍRITA
Ser Espírita,
É ser clemente, é ter a alma de crente sempre voltada pro Bem.
É ensinar ao que erra, e entre os atrasos da Terra, não fazer mal a ninguém.
É sempre ter por divisa tudo o que é nobre e suavizar o pranto, a dor, a aflição.
E fazendo a caridade, evitar a orfandade, o abismo da perdição.
Em Deus, é ter sempre crença profunda, sincera, imensa, consubstanciada na fé.
É guardar bem na memória os bons conselhos e a glória de Jesus de Nazaré.
É perdoar a injúria, é suavizar a penúria de quem já não tem um pão.
É se tornar complacente para o inimigo insolente, tendo por lema: o perdão.
Ser Espírita,
É ser clemente, é ter alma de crente sempre voltada pro Bem.
E entre os atrasos da Terra, não falar mal de ninguém.
(Eurípedes Barsanulpho - 18/01/1914)
Juízo final
(Benedito Godoy Paiva)
Sentado o Padre eterno em trono refulgente,
olhar severo envia a toda aquela gente!
Enquanto uns anjos cantam, outros vão levando
ante a figura austera desse Venerando
as almas que da tumba emigram assustadas,
vendo o tribunal solene, majestoso,
em que vão ser julgadas.
Dois grupos são formados,
um de cada lado:
o da direita, Céu; o da esquerda, Averno;
e Satanás, ao canto, o chifre fumegante,
espera impaciente, impávido, arrogante,
a “turma” para o inferno.
Aconchegando o filho, a alma bem-amada,
e que na terra fora algo desassisada,
uma mulher se chega e a sua prece faz,
rogando ao Padre Eterno a longa barba branca
e o óculo ajustando à ponta do nariz,
o olhar dirige então à pobre desgraçada
e compassado diz:
os anjos vão levar-te agora ao Paraíso
e dar-te a recompensa, o teu descansa eterno.
Ali desfrutarás felicidades mil,
porém teu filho mau irá para o inferno.
Um anjo toma o moço e o leva a Satanás;
porém a pobre mãe ao ver partir o filho,
aflita, corre atrás!
E ao incorporar-se ela ás hostes infernais,
eis grita o Padre Eterno em tom assustador.
Mulher para onde vais?!!!
E o que passou-se, então,
ninguém esquece mais:
Eu vou para o inferno, ao lado do meu filho,
a repartir comigo a sua desventura!
As lágrimas de mãe, as gotas do meu pranto
acalmarão no Averno a sua queimadura!
Eu deixo para ti esse teu Paraíso,
essa mansão celeste onde o amor é surdo!
Onde se goza a vida a contemplar tormento,
onde a palavra amor represa um absurdo!
Entregar esse teu Céu às mães malvadas, vis,
que os filhos já mataram para os não criar,
pois só essas megeras poderão, no Céu,
ouvir gritar seus filhos sem consternar!
Desprezo esse teu Céu! O meu amor é grande!
Imenso!Assaz sublime! E posso te afirmar
que se o não te comove o pranto lá do inferno,
e os que no Averno estão são todos filhos teus,
o meu amor excede o próprio amor de Deus!
E ante o estupefacto olhar do Padre Eterno,
a Mãe beijou o filho... e foi para o inferno...
olhar severo envia a toda aquela gente!
Enquanto uns anjos cantam, outros vão levando
ante a figura austera desse Venerando
as almas que da tumba emigram assustadas,
vendo o tribunal solene, majestoso,
em que vão ser julgadas.
Dois grupos são formados,
um de cada lado:
o da direita, Céu; o da esquerda, Averno;
e Satanás, ao canto, o chifre fumegante,
espera impaciente, impávido, arrogante,
a “turma” para o inferno.
Aconchegando o filho, a alma bem-amada,
e que na terra fora algo desassisada,
uma mulher se chega e a sua prece faz,
rogando ao Padre Eterno a longa barba branca
e o óculo ajustando à ponta do nariz,
o olhar dirige então à pobre desgraçada
e compassado diz:
os anjos vão levar-te agora ao Paraíso
e dar-te a recompensa, o teu descansa eterno.
Ali desfrutarás felicidades mil,
porém teu filho mau irá para o inferno.
Um anjo toma o moço e o leva a Satanás;
porém a pobre mãe ao ver partir o filho,
aflita, corre atrás!
E ao incorporar-se ela ás hostes infernais,
eis grita o Padre Eterno em tom assustador.
Mulher para onde vais?!!!
E o que passou-se, então,
ninguém esquece mais:
Eu vou para o inferno, ao lado do meu filho,
a repartir comigo a sua desventura!
As lágrimas de mãe, as gotas do meu pranto
acalmarão no Averno a sua queimadura!
Eu deixo para ti esse teu Paraíso,
essa mansão celeste onde o amor é surdo!
Onde se goza a vida a contemplar tormento,
onde a palavra amor represa um absurdo!
Entregar esse teu Céu às mães malvadas, vis,
que os filhos já mataram para os não criar,
pois só essas megeras poderão, no Céu,
ouvir gritar seus filhos sem consternar!
Desprezo esse teu Céu! O meu amor é grande!
Imenso!Assaz sublime! E posso te afirmar
que se o não te comove o pranto lá do inferno,
e os que no Averno estão são todos filhos teus,
o meu amor excede o próprio amor de Deus!
E ante o estupefacto olhar do Padre Eterno,
a Mãe beijou o filho... e foi para o inferno...
[1] Caio
Prado, ex-Cangaty, ex-distrito de Baturité e, atualmente, distrito de Itapiúna,
localizado às margens do rio Choró e
da velha ferrovia, que liga Fortaleza ao Crato.
[2] A Rua Rúbia
Sampaio, antiga Rua Cambirinhas, no bairro Farias Brito, tem por patrono Rúbia
Ruivo Sampaio e a homenagem tem por justificativa “tratar-se da mãe do vereador
Herval Sampaio”.
[3] Atualmente, bairro do Farias Brito.
[4] Atualmente, o C. E. Dr. Antônio Justa está
localizado na rua Chastinet Guimarães,
165 – Álvaro Weyne.
[5] Atualmente,
rua Livreiro Arlindo.
como filho dele não tenho palavras, para agradece essa homenagem. a gradeço a todos...muita paz.
ResponderExcluirUm ser que sempre tive muito respeito e admiração.
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