Onde ocorreu o Auto-de-fé de Barcelona?
Transcorridos 150 anos, o exato local da execução
do Auto-de-Fé de Barcelona, ocorrido no dia 9 de outubro 1861, ainda é desconhecido.
Onde ocorreu o célebre ato de bárbarie medieval, resquícios de um tempo de
extrema intolerância no campo do conhecimento, em que o poder dominante (civil
e religioso) decidia o que denominavam uma “heresia”?
Os Fatos
Barcelona em 1868
Na
Revista Espírita de novembro de 1861, Allan Kardec, noticia aos seus leitores o
auto-de-fé ocorrido na cidade de Barcelona, Espanha um mês antes, exatamente no
dia 9 de outubro daquele ano, quando foram queimados 300 livros e dentre eles
brochuras espíritas. Assim narrou Kardec:
Eis o relato que nos foi dirigido pessoalmente:
“Hoje, nove de outubro de mil oitocentos e sessenta
e um, às dez horas e meia da manhã, na esplanada da cidade de Barcelona, lugar
onde são executados os criminosos condenados ao último suplício, e por ordem do
bispo desta cidade, foram queimados trezentos volumes e brochuras sobre o Espiritismo,
a saber:
“A Revista Espírita, diretor Allan Kardec;
“A Revista Espiritualista, diretor Piérard;
“O Livro dos Espíritos, por Allan Kardec;
“O Livro dos Médiuns, pelo mesmo;
“O que é o Espiritismo, pelo mesmo;
“Fragmentos de sonata ditada pelo Espírito Mozart;
“Carta de um católico sobre o Espiritismo, pelo Dr.
Grand;
“A História de Joana d’Arc, ditada por ela mesma à
Srta. Ermance Dufaux;
“A realidade dos Espíritos demonstrada pela escrita
direta, pelo Barão de Guldenstubbé.
“Assistiram ao auto-de-fé:
“Um sacerdote com os hábitos sacerdotais, empunhando
a cruz numa mão e uma tocha na outra;
“Um escrivão encarregado de redigir a ata do
auto-de-fé;
“Um ajudante do escrivão;
“Um empregado superior da administração das
alfândegas;
“Três serventes da alfândega, encarregados de
alimentar o fogo;
“Um agente da alfândega representando o
proprietário das obras condenadas pelo bispo.
“Uma multidão incalculável enchia as calçadas e
cobria a imensa esplanada onde se erguia a fogueira.
“Quando o fogo consumiu os trezentos volumes ou
brochuras espíritas, o sacerdote e seus ajudantes se retiraram, cobertos pelas
vaias e maldições de numerosos assistentes, que gritavam: Abaixo a Inquisição!
“Em seguida, várias pessoas se aproximaram da
fogueira e recolheram as suas cinzas.” Uma parte das cinzas nos foi enviada.
Ali se encontra um fragmento de O Livro dos Espíritos, consumido pela metade. Nós
os conservamos preciosamente, como autêntico testemunho desse ato de
insensatez.
Leitura completa do episódio encontra-se na Revista Espírita
de:
Novembro de 1861,
intitulado "O resto da Idade Média - Auto-de-fé das obras Espíritas de
Barcelona" e;
Dezembro
de 1861, intitulado “Auto-de-fé de Barcelona (2º artigo)”.
Onde fica atualmente a esplanada da cidade de
Barcelona?
Duas fontes distintas apontam locais próximos e consistentes para a
execução da queima das obras, vejamos:
Clicar nas páginas para ampliar
Na página 116 temos a foto de uma praça com a referência de que seria a
esplanada em Barcelona.
PRAÇA DA CATALUNHA
A Praça da
Catalunha (em catalão: Plaça de Catalunya) é a mais central e
a maior das praças de Barcelona. Tem cerca de 5 hectares de área (a praça ocupa uma área de cerca de 50.000 metros quadrados) e constitui o ponto
de união entre o núcleo antigo da cidade. De lá partem importantes vias da
cidade como também é a grande artéria comercial da cidade, e antiga porta das
muralhas. É especialmente conhecida por suas fontes e estátuas,
sua proximidade com algumas das atrações mais populares de Barcelona, e lá
podem se observar as centenas de pombos que se reúnem no centro.
Fora das antigas muralhas de Barcelona, entre o Eixample e a Cidade
Velha, a Plaça Catalunya é uma enorme praça (50 mil metros quadrados, cinco
hectares) rodeada por grandes edifícios de bancos e outras grandes empresas.
A
maior parte dos edifícios foram construídos no século XIX, de uma forma
caótica, até que a câmara municipal entregou ao arquiteto Francesc Nebot a
urbanização definitiva.
Na
praça, há duas esculturas, uma de Josep Clarà, La Divinidad (a divindade), outra
de Pablo Gargallo, Pastor Tocando el Caramillo (flauta).
Uma
peculiaridade desta importante praça é a quantidade de pombos que a sobrevoam
constantemente.
Esquina da Plaça de Catalunya com Passeig de Gràcia
Faça um Tour panorâmico
atual desta praça no site:
http://www.panorammer.com/panoramas/spain-plaza-catalunya.php
2ª Fonte – Reformador da FEB dezembro de 2008
Donwload:
Na mensagem intitulada: “9 de Outubro de 1861”, o
espírito Vianna de Carvalho psicografa por intermédio do médium baiano Divaldo Pereira
Franco os seguintes informes:
“A imensa esplanada da cidadela de Barcelona
destacava-se no casario catalão com a sua imensa fortaleza, no elegante bairro de La Ribera, em forma
pentagonal, rodeada de fossos com pontes levadiças e a área destinada à
execução dos criminosos condenados à vergonhosa pena capital. (...)
Passeio
na zona de La Ribera.
(...)
A triste cidadela, onde tantos crimes tiveram lugar, especialmente os que se
davam na terrível Torre de Santa Clara, onde eram assassinados vilmente os
condenados, graças aos anseios de liberdade dos catalães, asfixiados ou
massacrados por Filipe V, que também não pôde fugir à morte, teve os seus dias
contados, quando o povo solicitou ao governo, em 1869, que fosse destruída e
transformada em jardins, lugares aprazíveis, um imenso parque, hoje glorioso,
que em nada faz recordar os dias tormentosos que ficaram no passado.”
Superposição do plano do Parque atual e da
cidadela antiga de Barcelona
O PARQUE DA CIDADELA
DE BARCELONA
O Parque da Cidadela (Em
Catalão: Parc de la Ciutadella) foi durante muitos anos o parque da cidade de
Barcelona. Foi construído com
base em antiga fortaleza da cidade (daí o nome Cidadela), a semelhança do parque de
Luxemburgo em Paris.
Ele está localizado no distrito de Ciutat Vella, no
triângulo entre a França Station, o Arco do Triunfo e da Vila Olímpica.
Cobre uma área de 17,42 hectares, sem contar o Zoo de Barcelona. No
parque encontra-se o antigo Arsenal de la Ciudadela, atual sede do Parlamento
da Catalunha.
A Cidadela foi construída
por Felipe V que dominou a cidade após a Guerra de Sucessão espanhola, no
século XVIII. Em 11 de setembro de
1714, após um cerco de mais de 13 meses, Barcelona caiu sobre o exército do rei
Felipe V.
Construída nos terrenos da antiga fortaleza da cidade, que por sua vez
tinha sido construído no passado sobre o bairro antigo do Banco, como punição
por Philip V, após a Guerra da Sucessão século XVIII, sua construção foi
reivindicar um pouco lento e tortuoso para a compensação pelos herdeiros do
antigo bairro de La Ribera e o custo excessivo dos edifícios e muito mais.
Esta cidadela ou fortaleza foi a maior da Europa até então, com uma
estrela. A Cidadela foi parte de um complexo militar para dominar completamente
a cidade de Barcelona, que construiu ao lado, o Castelo de Montjuïc.
Castelo de Montjuïc.
A construção da
cidadela foi realizada entre 1716 e 1718. Na sua construção foi necessário
derrubar o Bairro de la Ribera, o que não seria transferido para o Barceloneta
até três décadas mais tarde. Foram demolidas 1.200 casas, o convento de Santo
Agostinho e Santa Clara. Um total de 4.500
pessoas desalojadas, e foram abandonados à sua sorte. Tendo-se tornado um
símbolo odiado do governo central pelo povo de Barcelona, o Conselho Fiscal, em 1841, enviou-o para baixo, apesar de dois anos mais
tarde, durante a regência de Maria Cristina de Borbón, foi restaurado, pois
ainda não tinha sido totalmente destruída. Quando foi decretado a sua doação para a cidade. Finalmente,
graças à Revolução de 1868, procedeu-se à demolição da cidadela, começando com
a demolição da torre de San Juan, prisão militar localizado na praça das armas
da Cidadela. Do forte original ficaram
apenas a capela (hoje Paróquia Militar), o palácio do governador (agora uma
instituição de ensino secundário, IES Verdaguer) e o arsenal, agora a sede do
Parlamento da Catalunha.
Parlamento da Catalunha
Por ocasião da Exposição Universal de 1888, Francesc Rius i Taulet
prefeito encomendou a reforma do parque a Josep Fontserè que desenvolveu o
projeto da Cachoeira Monumental, um dos pontos-chave do parque. Gaudí desenhou
o projeto de água e uma gruta sob a cachoeira. O monumento apresenta uma
profusão de esculturas, que envolveu alguns dos melhores escultores da época:
destaca a escultura em ferro forjado do carro de Aurora, Rossend Nobas e o
Nascimento de Vênus, dentre outras esculturas. Atualmente Ciudadela Park é um
dos maiores do Barcelona. Dentro de suas paredes está o Zoo de Barcelona, e vários edifícios que sobrevivem da antiga
fortaleza (a capela, o palácio do governador e do arsenal) e da Exposição de
1888 (Umbracle, Hivernáculo, Museu de Geologia e
Museu Zoologia).
Leia mais sobre
o Parque da Cidadela de Barcelona no site (navegue no google chrome para
tradução):
ATUALIZAÇÕES:
Em data posterior a esta matéria, foi postado um breve texto atualizando e reforçando as evidências aqui destacadas. Ler no título: "Onde ocorreu o Auto de fé dos Livros Espíritas de Allan Kardec?"
CRÉDITOS:
Pesquisa elaborada por: André Luiz Bezerra Borges dos Santos
Créditos das imagens: Web: Google
Belo trabalho. Parabéns,amigos.
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